Nascido em Nápoles, Itália, em 1950, Erri De Luca é um homem singular na vida e na atividade literária. Vindo de uma família de classe média, aderiu sem reservas aos ideais de 1968: participou das lutas políticas daqueles anos, e resolveu, num ato de coerência extremada, largar os estudos e não só apoiar a luta operária, mas tornar-se operário; foi caminhoneiro e, durante muitos anos, pedreiro. Estas experiências marcaram profundamente sua escrita: a militância política e a ferida aberta em sua geração refletem-se nos seus livros. O trabalho manual permeia quase que obsessivamente sua obra, textos que reafirmam a diferença dada pelo contato direto com as coisas e os sentidos. De Luca é uma das mais inventivas vozes da narrativa italiana contemporânea. Lançou seu primeiro livro em 1989, e desde então tem publicado com frequência romances, contos, coletâneas de artigos e traduções.